"Falar com 'Deus' é oração (?!); já ouvi-lo responder... é esquizofrenia."

terça-feira, 22 de novembro de 2022

 Submisso

 

Handall Fabrício Martins

 

 

Estava eu sem direção, vagando;

vazios coração e pensamento.

Quase inerte permanecia, quando,

de repente, algo deixou-me atento.

 

Tentei não transigir, mas, ao meu mando,

não obedeceu-me o rebelde intento

- 'té hoje não retomei-lhe o comando -,

e eis a “pena” que, agora, experimento:

 

Alegria que se revela em pranto (?),

modo que nem eu mesmo compreendo (!).

Por ela sofro mais, e um outro tanto...

 

Mas, mesmo assim, persevero, e enquanto

à minha vida não se faz o adendo,

só por ela, ainda, sempre, me encanto...

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Quando será que a quase totalidade dos habitantes deste planeta poderá festejar a própria libertação em relação ao jugo imposto pelos EUA e pelos outros sete membros do G-8 (mais agregados, ou G-20, como quiserem)?
A coisa é tão esdrúxula, tão bizarra, que esses mesmos países neoimperialistas e seus povos se tornaram escravos de um "sistema de governança global" - cujo trono é ocupado pelo todo-poderoso "Mercado" - que só tem levado a humanidade a desigualdades e crises sociais e econômicas regionais cada vez mais aberrantes, a guerras sem fim (motivadas por toda sorte de ideologias e manipulações), e a crises humanitárias nunca vistas.
Parece-me que a espécie humana está caminhando a passos largos rumo à autoaniquilação. E tudo motivado, em última instância, pela ganância e pela cobiça, pelo desejo de dominação de uns poucos sobre muitos, sob o ainda presente pretexto da superioridade étnica ou civilizatória de uma minoria.

Quando vamos acordar para o fato de que somos todos irmãos e que a Terra é nossa casa comum? Ainda há tempo! Ainda há tempo!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Dando sinal de vida

O blog anda meio parado, tenho de reconhecer. É reflexo de minha existência, que nem tenho podido chamar de vida...
Mas espero, em breve, sair desta pasmaceira e voltar a escrever. E pretendo criar um outro blog, que penso chamar de "filosofia pública e popular". Vamos ver. Até breve, tomara.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

(Auto-)declaração (não-narcisista) de amor (ou "reconhecimento da provisoriedade das próprias convicções")

APENAS MAIS UMA DE AMOR (Lulu Santos)


Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer 
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer (eu vou sobreviver!)
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O RETORNO DO MAIA INTERGALÁCTICO (LULU SANTOS)

Especialmente para o meu amigo Antonio de Jesus


Navegam em naves movidas à pura vontade 
E têm poderes realmente impressionantes
Não necessitam dar demonstrações disso
E nesse momento não seria interessante
Querem saber se a raça humana
Sabe dar o passo para evoluir
Ou se é pré-programada pra se destruir
Nossa sobrevivência deles depende nesse instante
De alguma escolha cósmica que talvez venham a fazer
Entre este e outro planeta habitado mais distante
Por motivos que nunca conheceremos
Querem saber se a raça humana
Sabe dar o passo para evoluir
Ou se é pré-programada pra se destruir
O retorno do maia intergaláctico
Detonando de vez
O império de Cortez
O retorno do maia intergaláctico
Deletando de vez
Os arquivos de Pizarro e Cortez
Algumas pessoas os tomam por anjos
E pensam que zelam por sua boa vontade
O que é uma forma de covardia
E de fugir a própria responsabilidade


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Meandros em paradoxo (soneto)

Handall Fabrício Martins

Nas entranhas secretas de minh'alma
se escondem muitos anjos e demônios;
O árbitro desse embate não acalma
o conflito entre mim e meus neurônios.

Artimanhas excretas dessa fauna
respondem com arranjos inidôneos;
O hábito só me abate e me desalma...
...e o detrito é o fim de atos errôneos,

Será que haverá vida após a sorte
que me foi destinada entre os mortais?
Será que haverá lida antes da morte

que me foi preparada entre os demais?
Ou já me será tida por consorte
a que foi tolerada tanto mais?

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Bruxuleante (soneto)

Handall Fabrício Martins

Vai, numa saga insana atrás de si.
Cair, levantar - essa é a sua sina.
Sai. Uma praga dana, jaz e ri.
Banir, debandar - pressa que o arruína.

Ah! Sua chaga engana o que passa ali!
Sorrir? Chorar? Meça o que o desatina!
Sempre apaga a chama que o faz luzir;
a alegria cessa... do pranto a mina.

Chegará ao fim tal intermitência?
Resistirá a tanto sofrimento?
Viverá para ver sua descendência?

(...)

Algumas coisas lhe servem de alento:
a crença no dia da independência
e a esperança no fim do seu lamento.