Handall Fabrício Martins
(em apologética à inocência roubada)
Levando um sofrimento adventício,
prossegue, dissimulando o pesar;
negando-lhe de alento algum resquício,
a história avança, e dele apesar.
Cansado desse estado - desse vício -,
sente a alma no corpo retesar;
sem qualquer perspectiva de armistício,
começa-se, então, à vida enfezar:
"Por tua causa maldita é a terra;
do teu olhar, a tudo se vê baço;
teu coração toda a tristeza encerra.
Termina, pois, o arrazoado escasso;
reconhece: o existir é uma guerra;
mais: aqui, os imbeles eu rechaço."
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