"Falar com 'Deus' é oração (?!); já ouvi-lo responder... é esquizofrenia."

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pensamentos numa sala de espera (soneto)

(Handall Fabrício Martins)

Tantas noites e dias opressores
já suportei, errante neste mundo...
Agora, sei, nem tudo aqui são flores:
tudo é parte dum aprender fecundo.

Àqueles sentimentos redentores
quis, insistentemente, andar segundo,
mas, alvo de tristezas e outras dores,
‘té hoje permaneço moribundo.

Sem nada entender, ergui minha voz,
transtornado, olhos fitos nos céus,
clamei ao Criador de todos nós.

Deixei-me atingir pelos olhos seus,
entreguei a ele a tristeza atroz,
e aguardo as misericórdias de Deus...


2 comentários:

  1. Muito interessante o soneto... Gostei!
    Apesar de toda a melancolia e uma leve autocomiseração, o desfecho é um desafio espiritual em contraposição com todo realismo negativo exposto no soneto.
    Gostaria de contribuir com o que penso... no "aguardo as misericórdias de Deus..." eu visualizo um chamado... um chamado de busca de sentido para toda esta dor.
    Talvez este sofrimento tão constante que faz com que o autor fique moribundo seja a forma e o meio de se buscar sentido para a vida na compreensão de um mundo cruel "agora, sei, nem tudo são flores"...
    Entendo que o autor quando diz: "tudo é parte dum aprender fecundo" sugere uma resposta para a dor e talvez uma forma de entender o sentido das coisas...
    Mas o interessante...é que o sentido se encontra na compreensão da realidade... mas o alívio desta dor aguda que o autor menciona.. somente Deus pode intervir.

    (Apenas uma sucinta analise do soneto)....

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  2. estou fazendo teste

    hilda

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